Uma vida correndo em busca do melhor

Para onde caminha o nosso atletismo

 

Ao longo de trinta e dois anos ligado ao atletismo (quer como atleta, treinador ou para simples manutenção), não me lembro que a modalidade tenha atingido um plano tão negativo em termos de valores ao mais alto nível como agora, senão vejamos.
Desde 1976 (Lopes) que, sempre tivemos Atletas de nível Europeu e Mundial, com sucessão assegurada (Mamede, Leitão, Gémeos Castro,Regalo,Pinto, Guerra, Rosa, Aurora, Albertina, Manela, Fernanda etc) e agora?
Vamos ás grandes competições, sem atletas nas disciplinas onde éramos Reis e senhores (5000/10000 mts).
Pois caros amigos, até que me provem o contrário, para além do Rui Silva, nos próximos Anos não teremos ninguém lá na frente, a não ser os Naturalizados (nada tenho contra estes atletas) mas, estamos a esquecerem o percurso que até aqui trilhámos.
Antigamente víamos nas nossas pistas (cinza e pó de tijolo) eliminatórias, meias-finais e finais, agora vemos finais directas, com meia dúzia de atletas (com pistas de tartan por todo lado) mas, mais preocupante é que, quem vemos na frente das nossas provas?
Pois, pois, para além dos Africanos, quem lá anda são os veteranos (Henriques, Luís, Ornelas só para citar alguns) a nova geração onde mora?
Dá que pensar, pois enquanto andarem a «matar» atletas na estrada, não vamos a lado nenhum, desde á uns tempos a esta parte o que interessa é o dinheiro, antigamente ainda se perguntava quantos km são, agora pergunta-se quanto dá? Quem vai lá? Bem vou ali hoje e amanhã acolá para facturar.
 Claro está, que cada um tem a sua visão das coisas, certamente que muita gente não concorda comigo, até podem questionar, então os outros antigamente também não faziam estrada?
Claro que faziam, mas, se verificarem com atenção vão concluir que, as faziam para preparar as provas que, tinham como objectivo.
Aí, estão á vista as medalhas, os recordes e as vitórias nas grandes provas.
 Amigos, durante todos estes anos, já vi tantos atletas com qualidade a ficar pelo caminho.
Senão vejamos, quantos campeões juniores de cross, andam lá na frente (exceptuando o Rui silva).
Quando digo com qualidade é mesmo o significado correcto, porque campeões são aqueles que, depois de cumpridos os diversos escalões, lá se mantêm no topo durante muito tempo, nos escalões jovens, são projectos com qualidades.
É por demais evidente que, para benefício (percentagens, ocupação de cargos) de certas pessoas, aquilo que interessa são os resultados imediatos.
 É preciso não esquecer que um atleta é como um limão, que se espreme, mas é preciso espremê-lo com calma e no timing certo (penso eu), para retirar o sumo todo.
De salientar que, os atletas também têm culpa, senão vejamos.
O profissionalismo, é só para uma minoria, agora o que vemos?
Todos querem viver á custa da modalidade, como sabemos, poucos são os clubes que, pagam atempadamente os subsídios aos atletas.
 E aquilo que acontece é, como já referi, terem que matar todas as semanas, o maior número de provas, para facturar, e assim poderem ir ao supermercado.
Mas, mais grave ainda é, quando estes atletas acabam, se até aqui ainda viviam daquilo que ganhavam na estrada, depois que fazer?
 Quem tiver poder para tal, trave isto enquanto é tempo, e, para tal basta apoiar mais as provas de pista.

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António Marcolino 916897327